O rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco causou uma enxurrada de lama que inundou várias casas no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, Minas Gerais, nesta quinta (5).
O Corpo de Bombeiros de Ouro Preto, que tem equipes no local, confirmou uma morte e 16 funcionários estão desaparecidos até o momento, segundo a Samarco. As buscas por vítimas foram retomadas na manhã desta sexta.
A Prefeitura de Mariana divulgou locais que estão recebendo doações para ajudar os atingidos. Os interessados devem se dirigir ao Centro de Convenções, na Avenida Getúlio Vargas, perto da Prefeitura da cidade e da estação ferroviária.
Abaixo, veja relatos dos moradores do vilarejo que foi destruído:
Um dos sobreviventes da tragédia, Andrew Oliveira, que trabalha como sinaleiro na empresa Integral, uma terceirizada da Samarco, disse que, na hora do almoço, houve “um abalo”, mas os empregados continuaram trabalhando normalmente.
"Começou a praticamente ter um terremoto", disse sobre o momento que as barragens se romperam. (veja depoimento acima)
Ele se salvou após pular de uma altura de quatro metros e correr para longe do local atingido. “Acho que foi Deus, Deus que deu coragem mesmo de a gente não parar de correr e de acreditar que eu podia ficar vivo.
Várias famílias tiveram que deixar suas casas após o mar de lama atingir o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG). O Jornal da GloboNews conversou com os moradores (assista ao vídeo acima).
"É a mesma coisa que tsunami", diz José Caetano, ao G1, desabrigado na tragédia. "O Bento acabou".
“Parecia um filme de terror o que nós vivemos. As pessoas começaram a correr, falavam que o mundo estava acabando e a água vinha de todos os lados”, disse uma moradora que estava no local na hora do acidente
Maria do Carmo, moradora do vilarejo de Paracatu, que também foi atingido pela lama, conta como recebeu a notícia do rompimento das barragens: “A gente saiu correndo”, diz. "A casa caiu, não tem nada, agora é recomeçar". Assista ao vídeo acima.
Weberson Arlindo dos Santos saiu de casa, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, cerca de quinze minutos antes do rompimento das barragens da Samarco. A esposa, a filha de dez anos, os pais e outros parentes ficaram isolados por causa da quantidade de lama.
"Você olha assim e não vê nada. Só a copa dos pés de manga”, disse Weberson que, como outras dezenas de pessoas, vai passar a noite no ginásio Arena Mariana, preparado para receber desabrigados.
Cleonice Maria Lucas procura, desde as 17h, notícias do ex-marido em Mariana. Vando Maurílio dos Santos, de 37 anos, trabalhava como motorista terceirizado na barragem do Fundão, em Bento Rodrigues, no momento do rompimento. Uma enxurrada de lama devastou o lugarejo às 16h20.
“Estou tentando notícias do meu ex-marido, pai dos meus filhos, e não consigo. Meus dois filhos estão muito nervosos. Precisaram ser medicados", disse a mulher. Os filhos têm 17 e 19 anos e moram em Mariana.
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